Guará-vermelho é o nome de uma ave considerada, por muitos, uma das mais belas aves brasileiras, devido a cor de sua plumagem. Está presente em Trinidad e Tobago (onde é a ave nacional) e na Colômbia, Venezuela, Guianas.
Guará-vermelho – (guará-piranga, guar-a-rubro, guará-pitanga (do tupi, “ave vermelha”)
Eudocimus ruber (Linnaeus, 1758)
Classificação: Ordem Ciconiiformes, Família Threskiornithidae.
Nome em inglês: Scarlet ibis.
Tamanho: 58 cm
Aqui, no Brasil, encontra-se no litoral norte do Brasil – no Delta do Rio Parnaíba, (Divisa do Ceará com Piauí), na foz do Rio Preguiças (Maranhão), havendo grupos isolados já relatados em São Paulo (Cubatão) e também no Paraná. Antigamente ocorria em todo o litoral brasileiro, até a ilha de Santa catarina. Cidades como Guaratuba (em tupi, guará-tuba significa muito guará), do estado do Paraná, lembram que essas aves ali existiam em grande número.
O guará mede cerca de 50 a 60 cm. Possui bico fino, longo e levemente curvado para baixo. Anda vagarosamente na água rasa, com a ponta do bico submersa, abrindo e fechando as mandíbulas em busca de caranguejos, caramujos e insetos. Seu alimento preferido, o caranguejo Uçá de coloração azulada, arroxeada ou avermelhada, o presenteia com a cor de suas plumas a partir do carotenóide cantaxantina. Quando jovens, são cinzas e a medida que vão crescendo, vão adquirindo a bela cor.
Ainda no primeiro trimestre do ano, época da nidificação, eles começam a seleção dos locais e , em seguida, a construção de seus ninhos. Casa casal põe em media três ovos; de cada dois ninhos, apenas um filhote voa. A reprodução é feita em colônias. O ninhos são feitos no alto das árvores à beira dos manguesais e lamaçais litorâneos. A fêmea põe 2 ou 3 ovos de cor cinza-oliváceo com manchas marrons. A ave tem como predadores naturais o gavião e o jacaré de papo amarelo, que também está em risco de extinção.
Na época do descobrimento do Brasil, as penas do guará-vermelho eram muito valiosas entre os índios. As tribos tupinambás e tupiniquins disputavam os ninhos da ave para a confecção de adereços. Esse fato foi relatado por Hans Staden, um aventureiro alemão que foi aprisionado pelos tupinambás em 1554, pouco depois de chegar ao País numa expedição espanhola.